18 de setembro de 2018

BAÚ DO KAL:  QUARTETO FANTÁSTICO #285 (FANTASTIC FOUR #285 - DEZ 1985)


Escolhi essa edição do Quarteto Fantástico para inaugurar o "Baú do Kal", porque a considero muito bem escrita e com aspectos que são relevantes nos tempos atuais.

A história trata do jovem Hanson Thomas (Tomy) e sua grande admiração pelo membro mais jovem do Quarteto, Johnny Storm, o Tocha Humana.

A história já começa com o Dra. Janet tentando escrever um relatório sobre o falecimento do garoto Tomy. Logo após a pagina inicial da história, Byrne muda o foco e somos levados à Escola onde o Tomy estuda, e aos eventos que culminaram na sua morte.

Byrne escreve com maestria, mostrando um garoto tímido, mas que era apaixonado pelos super-heróis, em particular o Tocha Humana. A admiração pelo herói era tanta, que ele aceita a chantagem de um valentão (aceita dar seu dinheiro do lanche durante um mês, além de fazer a tarefa dele) só para poder ter uma revista que tinha uma entrevista com o seu heróis predileto.



Descobrimos, nas palavras do próprio Tomy, que ele não tem a atenção dos Pais, como qualquer garoto na idade deveria ter. Isso é mostrado numa conversa com a professora, após ela confiscar sua revista (ele estava lendo na hora da aula).

Já em casa, Tomy faz uma tentativa de falar com seu ídolo ao ligar na mansão dos vingadores (nessa época o grupo havia se mudado para lá, pois o Edifício Baxter havia sido destruído), mas sem sucesso. Sua atenção é voltada ao telhado do prédio onde mora, pois seu amigo Joss estava testando uma miniatura de aeromodelo. Nesse momento em conversa com o Joss, Tomy vislumbra uma oportunidade de ser igual ao seu ídolo, e o desastre acontece.



A a história muda o foco, onde somos levados ao local do antigo Edifício Baxter, e vemos o Sr. Fantástico e o outro protagonista da história, o Tocha Humana. A Dr. Janet chega parta falar com o Johnny e após um breve papo, convence ele a ir ao hispital onde esta o seu fã. A partir desse momento a história começa a convergir para o a morte do Tomy e a possível influencia do Tocha nela.

Abalado com o que o Tomy falou para ele e aopos a reação de seus pais, Johnny fica abalado e decide vai ao encontro de sua irmã, a Mulher Invisível (Sue Storm). Ele explica o que acontece e decide, dado os eventos, não ser mais o Tocha Humana, pois se convence de que é uma influencia negativa para crianças.



A história chega ao seu clímax quando o Beyonder (nessa época estava acontecendo as Guerras Secretas II e esse título do Quarteto era um tie-in da saga) para mostrar ao Johnny que ele não deveria se sentir culpado pela morte do Tomy.



É então que numa Byrne nos mostra que, apesar do ocorrido, o Tomy viveu através do jovem herói do Quarteto, lendo suas aventuras, lendo sobre ele. Tomy não tinha amigos, não tinha atenção dos pais, então o Tocha era seu único motivo de alegria, num mundo de solidão.

Tomy era um garoto que carecia de atenção e amor de seus pais, atenção que foi transposta para a figura do Tocha Humana. A história nos mostra que nem tudo na ficção pode ser feito na vida real. Há uma clara preocupação do Byrne em mostrar isso na HQ, mostrando os perigos de brincar com fogo. Tomy certamente teria uma atitude diferente se tivesse a atenção de seus pais, em mostrar o que é certo e errado.

Leiam a HQ e tirem suas conclusões.

2 comentários:

  1. Bastante atual. No caso do garoto ele canalizou sua atenção pra um herói. Mas quantas crianças vão no lado oposto e sofrem influências negativas devido a ausência dos pais??

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    1. Exatamente, penso o mesmo. Os pais de hoje, não todos claro, são bem ausentes

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